Quando a transparência vira exemplo
- Bernardo Ariston

- 7 de out.
- 2 min de leitura

Por Bernardo Ariston
A transparência pública deixou de ser uma obrigação burocrática para se tornar um dos maiores símbolos de credibilidade e qualidade da gestão. No mais recente Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP), divulgado pela Transparência Internacional – Brasil, o município do Rio de Janeiro alcançou nível “ótimo”, com cerca de 98 pontos, liderando o ranking estadual. Já as cidades da Região dos Lagos, como Saquarema, Búzios e Araruama, obtiveram notas entre “bom” e “regular”, revelando que ainda há um longo caminho a percorrer. A diferença entre a capital e o interior não está apenas na tecnologia, mas na cultura administrativa e no compromisso político com a governança aberta.
Sob a liderança do prefeito Eduardo Paes, o Rio criou um modelo de transparência e integridade institucional que vai muito além dos portais informativos. A prefeitura regulamentou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em âmbito municipal, instituiu normas de combate à corrupção, estruturou canais de denúncia anônima e passou a divulgar informações financeiras e orçamentárias em tempo real. Além disso, as licitações, contratos e a própria agenda pública do prefeito são acessíveis a qualquer cidadão, reforçando a imagem de uma administração que se orgulha de ser observada.
O ITGP avalia oito dimensões fundamentais: plataformas digitais, dados abertos, integridade, marcos legais, transparência financeira, obras públicas e participação social. O Rio se destaca principalmente em governança, comunicação e dados abertos, com notas acima de 80 pontos. Mesmo assim, o índice mostra que há desafios: a dimensão “Obras Públicas” continua sendo o ponto fraco da maioria das capitais, com dificuldades na publicação de cronogramas, contratos e licenças ambientais. A transparência, nesse setor, ainda é uma obra em construção.
Na Região dos Lagos, o cenário é misto. Saquarema aparece bem posicionada, com 66,8 pontos, na categoria “bom”, enquanto Búzios (52,9) e Araruama (51,3) estão na faixa “regular”. Faltam marcos legais municipais de integridade, proteção ao denunciante e políticas efetivas de dados abertos. A maioria das prefeituras ainda carece de informações completas sobre obras, desde o edital até o andamento físico e os aditivos contratuais. Essa lacuna, que parece técnica, é na verdade política: a falta de informação transparente enfraquece a confiança pública e abre espaço para suspeitas e desperdícios.
O exemplo do Rio de Janeiro mostra que boas práticas não dependem de grandes orçamentos, mas de vontade política. Um simples painel integrando dados de obras, contratos e orçamentos já transforma a percepção da população sobre a gestão. Quando o cidadão percebe que a prefeitura é aberta e acessível, ele se torna um fiscal ativo, fortalecendo o controle social e a própria eficiência da administração. A transparência participativa, como defende a Transparência Internacional, gera confiança e esta é o pilar da estabilidade política e institucional.
A gestão de Eduardo Paes demonstra que governar com transparência é governar com inteligência. Em tempos de desinformação e descrédito nas instituições, abrir dados e permitir o acompanhamento público das ações é o melhor antídoto contra a corrupção e o populismo. O Rio mostrou que é possível transformar a transparência em valor permanente de Estado. Cabe agora aos municípios fluminenses, especialmente os da Região dos Lagos, seguir o mesmo caminho, adotando práticas que unam ética, eficiência e compromisso com o cidadão. Afinal, a boa governança é contagiosa e o futuro pertence às cidades que não têm medo da luz.








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